Há 330 naturistas no Luxemburgo. Os portugueses são “muito poucos”

A associação naturista ‘Sports et Loisirs Naturistes, Luxembourg’ (SLNL) tem mais de 300 membros, e atrai cada vez mais adeptos.

Armand Ceolin, secretário e relações-públicas do organismo, disse à Rádio Latina que há luxemburgueses e estrangeiros, residentes e fronteiriços. É quase um retrato da população, mas com uma exceção: os portugueses são “muito poucos”. Para o responsável, há duas explicações: a falta de informação em português e o facto de os países do sul serem “mais púdicos”.

Ao todo, a SLNL tem 330 membros inscritos, embora Armand CEolin acredite que os adeptos do naturismo no Luxemburgo sejam dez vezes mais. “Preferem frequentar espaços naturistas no estrangeiro”, diz. Pagam uma taxa de inscrição de 15 euros, no primeiro ano, e depois uma anuidade de 80 euros para poderem usufruir do terreno recreativo que a associação gere “nas imediações da capital” dedicado à prática do naturismo. São quatro hectares de espaços verdes onde os membros podem passar o dia – o espaço fecha ao final do dia –, tomar banhos de sol, jogar petanca ou simplesmente ler um livro.

E onde fica? Não sabemos. O secretário da associação revela apenas que o espaço fica situado perto da capital luxemburguesa. A morada não é divulgada publicamente para proteger os membros e evitar voyeurismo.

Conceito tem cada vez mais adeptos. Como aderir?

Os interessados em aderir à SLNL devem contactar a associação através do e-mail SLNL.RelPub@naturisme.lu. O passo seguinte é uma reunião num lugar neutro. Só depois disso é que os membros têm acesso ao espaço da associação. “Este ano tivemos uma centena de pedidos, mas apenas 39 compareceram na primeira reunião. Os restantes eram apenas curiosos que querem saber onde o espaço fica situado”, refere. O responsável sublinha que o espaço da SLNL não é um lugar “libertino, de sedução ou encontros”, acrescentando que “todo o tipo de assédio ou atividade de carácter sexual é estritamente proibida e leva a uma exclusão imediata da associação”.

A SLNL nasceu há 40 anos. Hoje é a única associação naturista no país. ‘Lá fora’, o naturismo moderno ganhou forma no início do século passado. Armand Ceolin conta que o conceito surgiu como uma consequência da industrialização e de uma necessidade de aproximar as pessoas da natureza.

Luxemburgo não tem praias naturistas oficiais

Além do terreno recreativo da SLNL, há dois parques de campismo no país com zonas oficialmente destinadas ao naturismo. Trata-se dp parque de campismo ‘De Reenert’, em Heiderscheid, e o parque de campismo ‘Bleesbreck’, em Diekirch. Quanto a praias, ao que a Rádio Latina conseguiu apurar, não existem no país praias oficialmente classificadas como naturistas. A praia de Burfelt, em Haute-Sûre, é conhecida por tolerar o nudismo, mas fonte do Luxembourg for Tourism da região do Éislek disse à Rádio Latina que isso não passa de um “mito” acrescentando que o naturismo não é autorizado no local. Quanto ao lago Remerschen, a associação Erliefnis Baggerweier, que gere o local, disse-nos que o nudismo é apenas tolerado numa zona específica.

Questionado pela Rádio Latina, Armand Ceolin diz que “não seria mau” se houvesse no país uma praia naturista, mas apenas acompanhada pela regulamentação necessária para evitar situações problemáticas.

Contacta pela Rádio Latina, a polícia lembra que a prática do nudismo em locais não autorizados constitui uma infração punida com uma pena de prisão de oito dias a três anos e de uma multa de 251 a 25.000 euros.

 (Notícia atualizada às 15h24 do dia 22/07/2024)