Novas escolas internacionais públicas vão abrir em Esch-sur-Alzette, Dudelange e cidade do Luxemburgo
Novas escolas internacionais públicas vão abrir em Esch-sur-Alzette, Dudelange e cidade do Luxemburgo
O ministro da Educação, Claude Meisch, quer alargar assim este projeto que criou em 2016, com a primeira escola internacional pública do país em Differdange. Atualmente, o Grão-Ducado conta, ao todo, seis escolas internacionais públicas (Differdange-Esch, Mondorf-les-Bains, Junglinster, Clervaux, Mersch e cidade do Luxemburgo).
Em declarações à Rádio Latina, a relações públicas do Ministério da Educação, Myriam Bamberg, avançou que as novas escolas internacionais deverão abrir nas imediações de Esch-sur-Alzette, de Dudelange e da cidade do Luxemburgo. Questionada sobre a calendarização dos três projetos, a assistente do ministro da Educação disse que ainda não há datas definidas para a abertura das escolas.
As escolas internacionais públicas surgem como uma alternativa à alfabetização em alemão que é proposta no sistema de ensino tradicional. Nestas escolas, a alfabetização pode fazer-se em francês, alemão ou inglês. A língua portuguesa é uma das línguas de opção que os alunos podem escolher, enquanto o luxemburguês é obrigatório para todos os alunos.
Estas escolas foram criadas para dar mais oportunidades de sucesso às crianças com percurso escolar já iniciado noutro país e que no Luxemburgo se confrontam com a barreira linguística.
Para os próximos cinco anos, Meisch tem dois objetivos principais: a aprendizagem das línguas e aproximar o ensino formal do não formal, tais como os ateliers de tempos livres (maisons relais, em francês) e as creches.
Alfabetização em francês
Para o ministro liberal (DP), o multilinguismo no Grão-Ducado é uma força mas também um grande desafio. No Luxemburgo, a alfabetização é feita em alemão, mas o objetivo para os próximos anos é haver escolas que proponham alfabetização em francês.
A relações públicas do Ministério da Educação confirma à Rádio Latina que atualmente há quatro projetos-piloto de alfabetização em francês, nomeadamente em Larochette, Dudelange (escola Deisch), Differdange (escola fundamental Oberkorn) e em Schiffange (escola Nelly Stein).
Sistema de ensino mais avaliado
O ministro Claude Meisch afirma, por seu turno, que quer uma política educativa “científica” que seja regularmente avaliada para em caso de necessidade ser adaptada à evolução da população no país.
Claude Meisch tem uma trintena de reuniões programadas até final do mês de janeiro, com direções de escolas, sindicatos e representantes dos encarregados de educação e dos alunos com quem pretende debater os seus projetos.
Ensino discriminatório
O Luxemburgo tem um sistema de ensino discriminatório em que os filhos dos imigrantes portugueses são as principais vítimas, segundo o Conselho da Europa. Um relatório – da Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ERCI na sigla em inglês), um organismo independente do Conselho da Europa – divulgado em setembro, conclui que as crianças estrangeiras ou descendentes de estrangeiros, com especial destaque para os de origem portuguesa, “são orientados em maior número para o ensino secundário técnico-profissional e têm o dobro das probabilidades de abandonar precocemente a escola ou a sua formação”.
Artigo: Susy Martins | Foto: Arquivo Getty Images