Aborto. PF quer alargamento do prazo legal para 14 semanas
Aborto. PF quer alargamento do prazo legal para 14 semanas
O Planeamento Familiar (PF) defende que o prazo legal para interromper a gravidez no Luxemburgo deve ser alargado das atuais 12 para 14 semanas. Duas semanas a mais que fariam toda a diferença.
Em entrevista à Rádio Latina, Catherine Chery, diretora do Planeamento Familiar, sublinhou que, em muitos casos, as 12 semanas não chegam, até porque muitas mulheres não descobrem logo que estão grávidas. A dirigente explica que, enquanto a Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) medicamentosa (até às 6-7 semanas de gravidez) pode ser feita em vários locais, a cirúrgica (até às 12) tem de ser feita no hospital, o que reduz substancialmente o número de opções.
Marcar a intervenção, fazer análises, consultar um anestesista. Um conjunto de procedimentos que colocam as mulheres numa corrida contra o tempo. Na impossibilidade de cumprirem os prazos, elas são forçadas a deslocar-se ao estrangeiro e o Planeamento Familiar perde-lhes o rasto.
A diretora do PF alerta que atravessar uma fronteira para fazer um aborto tem efeitos psicológicos muito fortes e deve ser evitado a todo o custo.
Catherine Chery realça também os custos financeiros de um aborto no estrangeiro.
Catorze semanas é o prazo legal em vigor em vários países, nomeadamente em França. Catherine Chery salienta que essas decisões não foram tomadas de ânimo leve, tendo sido consultadas várias instâncias científicas e éticas. Os estudos concluem que, do ponto de vista da intervenção, a diferença entre 12 e 14 semanas é praticamente inexistente.
O alargamento do prazo legal da IVG de 12 para 14 semanas no Luxemburgo vai ser uma das grandes reivindicações do Planeamento Familiar no âmbito das próximas eleições legislativas.