Crise na construção? “Não podemos generalizar”
Crise na construção? “Não podemos generalizar”
Patrões traçam um cenário sombrio, sindicatos desdramatizam. Questionado pela Rádio Latina sobre a crise no setor da construção, Jean-Luc de Matteis, da OGBL, rejeitou a ideia de que o ramo está crise. Reconhece que tem havido uma quebra nas vendas imobiliárias, mas lembra que há muitas empresas com falta de mão de obra, e pede para que não se generalize
Segundo a Câmara dos Ofícios, 44% das empresas da construção só têm trabalho para os próximos três meses. Para algumas, a realidade pode ser essa, mas Jean-Luc de Matteis rejeita o discurso catastrofista, até porque muitas têm projetos para os próximos “sete, oito ou nove meses”.
Apesar de reconhecer o impacto da subida das taxas de juro e dos custos de produção na atividade das empresas do setor da construção, o sindicalista salienta os investimentos maciços que têm sido feitos nos últimos anos e os muitos projetos que o Governo tem ao nível da habitação a preço moderado. Além disso, lembra que o setor construção não se resume à construção de casas novas. Há mais.
Note-se que os representantes das empresas da construção têm alertado nos últimos tempos para uma crise iminente no setor. Segundo a Câmara dos Ofícios, o ramo poderá vir a enfrentar uma “crise sem precedentes” depois das férias coletivas de verão.
Artigo: Diana Alves | Foto: Gerry Huberty