
O presidente da central sindical LCGB diz que sem sindicatos nas negociações dos contratos coletivos de trabalho não há independência. No âmbito da futura lei sobre o ordenado mínimo adequado – que consiste numa diretiva europeia que estipula que as convenções devem abranger 80% dos trabalhadores de cada Estado-membro –, o ministro do Trabalho terá deixado no ar a possibilidade de os sindicatos ficarem de fora das negociações em que há delegados neutros, delegados esses que são cerca de 56%.
Escutado pela Rádio Latina, Patrick Dury alertou para o facto de os delegados neutros não serem independentes dos empregadores.
Numa reunião no Comité Permanente do Trabalho e do Emprego, os sindicatos pediram ao ministro que confirmasse que o direito de negociar os acordos coletivos de trabalho vai continuar a estar limitado exclusivamente às organizações sindicais com representação nacional. Mas o ministro não confirmou, levando os sindicatos a abandonarem a reunião a meio em protesto.
Para o presidente da LCGB, não há dúvidas: os sindicatos têm de estar presentes nas negociações dos contratos coletivos. Dury afirma que a lei é clara e que o direito de negociar e assinar os contratos está limitado aos sindicatos com representação nacional.
O líder sindical qualifica de “inadmissível” a posição do ministro do CSV, partido do antigo primeiro-ministro Jean-Claude Juncker, que, segundo Patrick Dury, sempre lutou pelos direitos dos trabalhadores.
LCGB, OGBL e CGFP já endereçaram uma carta ao primeiro-ministro sobre a situação. Patrick Dury garante que os três sindicatos estão decididos a trabalhar juntos para “salvaguardar os seus direitos e os direitos dos seus membros”.
Artigo: Diana Alves | Foto: Gerry Huberty