
A posição do ministro do Trabalho sobre o futuro dos contratos coletivos de trabalho é um “ataque contra todos os salários”. Palavras de Nora Back, presidente da OGBL.
Em entrevista à Rádio Latina, dias depois de os sindicatos terem abandonado a meio uma reunião com Georges Mischo, por não concordarem com a intenção do ministro de abrir as negociações das convenções aos delegados neutros, a líder sindical explicou que sem os sindicatos nas negociações, os futuros contratos coletivos de trabalho vão ter menos vantagens em prol dos trabalhadores. Nora Back mostra-se preocupada com o futuro dos salários, a nível nacional.
A OGBL está preocupada com a possibilidade de os sindicatos ficarem de fora das negociações dos contratos coletivos de trabalho nos casos em que existem delegados neutros. Nora Back diz que uma coisa é certa: sem os sindicatos nas negociações, diz que haverá contratos coletivos que apenas vão reproduzir o código do trabalho, sem acrescentar quaisquer melhorias. Convenções que “não valerão nada”, nas palavras da presidente da OGBL.
Trabalho ao domingo é “novo ataque ao diálogo social”
Os sindicatos criticam também a decisão do ministro do Trabalho de aumentar de quatro para oito o número de horas de trabalho autorizadas ao domingo nos setores do comércio e artesanato, já que, atualmente, o trabalho ao domingo é negociado no âmbito das convenções coletivas. Na ótica de Nora Back, a futura lei, anunciada por Geroges Mischo, deita por terra os contratos coletivos e vai contra a meta europeia de aumentar a taxa de trabalhadores abrangidos por estes acordos.
Segundo as centrais sindicais OGBL e LCGB, o ministro do Trabalho avançou com o dossiê das oito horas de trabalho ao domingo, que já recebeu luz verde por parte do Conselho de Ministros, sem o aval dos sindicatos.
Artigo: Diana Alves | Foto: Anouk Antony