
A saúde mental das crianças e adolescentes está em declínio. Mais de 20% dos jovens do Luxemburgo estão confrontados com ansiedade, depressão ou problemas de comportamento, segundo dados recentes do Ministério da Saúde.
Pressão na escola e o uso excessivo do telemóvel são alguns dos fatores que contribuem para o mal-estar dos mais novos. Em entrevista à Radio Latina, o psicoterapeuta da Liga Luxemburguesa de Higiene Mental, Fränz D’Onghia, explica que os jovens estão a viver um período difícil da História, marcado por uma crise climática, uma guerra na Europa, dificuldades em aceder à habitação e a empregos satisfatórios. Mas o médico especialista é categórico ao afirmar que a maior fonte de ansiedade provém das redes sociais.
Para reverter esta situação, o psicoterapeuta diz que o Governo tem de agir. Fränz D’Onghia propõe uma melhor rede de apoio psicológico nas escolas e mais especialistas, já que grande parte dos psicólogos e psiquiatras do país não aceitam novos pacientes por estarem sobrelotados.
Também os pais podem contribuir para que os filhos aprendam a gerir situações mais difíceis. Como? Deixando de os proteger em demasia, dando-lhes mais liberdade.
O psicoterapeuta Fränz d’Onghia deixa ainda algumas dicas para que os pais possam detetar mal-estar ou ansiedade nos filhos ao ponto de necessitarem da intervenção de um profissional. Diz ele que uma alteração de comportamento é um dos primeiros sinais de alerta.
Fränz d’Onghia considera que Governo, entidades escolares e sociedade, no geral, devem mobilizar-se para ajudar as crianças e os adolescentes a enfrentarem os desafios emocionais e psicológicos que surgem na fase de crescimento.
Artigo: Susy Martins | Foto: Shutterstock