
Marc D., médico e suspeito de abuso sexual de pacientes já saiu em liberdade. Esteve em prisão preventiva entre o final do mês de fevereiro e o início de junho, de acordo com o Ministério Público em declarações à Rádio Latina.
O médico, que dirigia o centro clínico de Echternach, permanece sob controlo judicial, esclarece o Ministério Público, fazendo questão de sublinhar que o caso está na fase de instrução. Por outras palavras, ainda não se sabe se o Ministério Público vai deduzir acusação contra o médico para o levar a julgamento. Quanto às medidas de coação a que o doutor está agora sujeito, o Ministério Público escusa-se a revelar mais detalhes ao abrigo do segredo de justiça. Por norma, estes casos, os juízes de instrução costumam requerer a apresentação periódica dos suspeitos às autoridades e o impedimento de contacto com as alegadas vítimas.
O caso tornou-se público no final do mês de fevereiro. Na altura o Ministério Público informou através de um comunicado de imprensa que o médico de clínica geral, de 52 anos, tinha sido colocado em prisão preventiva por suspeita de abuso sexual de três pacientes adultos.
As acusações contra o profissional de saúde surgiram há pelo menos três anos. Já em julho de 2021, o Ministério Público de Diekirch tinha aberto um inquérito com base numa queixa apresentada por dois pacientes. Mas foi apenas na sequência de uma denúncia de um terceiro paciente que este caso se tornou público e que o médico foi colocado em prisão preventiva, onde esteve cerca de três meses.
Quem consultar o site Internet do centro clínico de Echternach depara-se com a seguinte mensagem: “Marc D. informa os seus pacientes que deixou de trabalhar enquanto médico de clínica geral”. A pedido da Rádio Latina, o Ministério da Saúde revela que “o Ministério da Saúde e da Segurança Social suspenderam a autorização de exercer do médico em questão”. E isso, “até ao julgamento”.
Vítimas podem "reviver o trauma", alerta psicoterapeuta
O médico não exerce neste momento, mas isso não o impede de se cruzar nas ruas de Echternach e não só com as suas presumíveis vítimas de abuso sexual.
Que impacto esta decisão judicial terá nas alegadas vítimas? A Rádio Latina questionou o psicoterapeuta Patrick Martins. Este profissional diz que confrontadas com os agressores as vítimas têm tendência a reviver o trauma, a sofrer stress emocional e ansiedade. Situações que as podem levar a fecharem-se em si, limitando os contactos sociais.
O psicoterapeuta recomenda que as vítimas de abuso sexual procurem terapia para superar o trauma.
Artigo: Susy Martins | Foto: Shutterstock